O Rodoanel Mário Covas, uma rodovia que contorna a cidade de São Paulo, terá uma nova forma de cobrança de pedágio em seu trecho norte. A cobrança será feita por quilômetro rodado, através do sistema de “free flow”, que dispensa a necessidade de passar por cabines de pedágio. Sensores instalados na estrada calculam a tarifa a ser paga com base na extensão percorrida pelo motorista. Além disso, uma câmera faz a leitura das placas e identifica as características do veículo, como o tipo (carro, caminhão ou moto), já que a tarifa é diferenciada.
O governo do estado de São Paulo afirma que essa tecnologia reduzirá o tempo de viagem e evitará congestionamentos, pois não há necessidade de parar nas praças de pedágio. O objetivo é implementar esse sistema nas demais rodovias concedidas do estado, segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Desde o final de março deste ano, um trecho da Rio-Santos, que interliga o litoral norte de São Paulo e o litoral fluminense, já opera com o sistema de fluxo livre. O trecho é de concessão federal e a operação pelo sistema de “free flow” foi autorizada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) em trechos entre Paraty e Mangaratiba, no Rio.
O sistema de cobrança eletrônica funciona da seguinte forma: quando o veículo passa pelo pórtico, as câmeras com tecnologia CCR (sigla em inglês para reconhecimento ótico de caracteres) fazem a leitura das imagens frontal e traseira das placas. Um scanner a laser identifica e dimensiona os veículos em tempo real, capturando suas características, como altura, largura, comprimento, trajeto e velocidade. Antenas de identificação e câmeras de monitoramento repassam as informações para um sistema central que recebe e processa os dados. Os usuários que possuem os dispositivos de pagamento automático (Tags) instalados no para-brisa terão o valor lançado na conta. Já os que não possuem Tag, pagarão a tarifa posteriormente, por meio de uma plataforma digital a ser implementada pela concessionária.
O trecho norte do Rodoanel Mário Covas foi concedido à iniciativa privada no dia 14 de março deste ano. A concessão foi vencida pela Via Appia FIP Infraestrutura, que venceu outros três concorrentes e explorará a concessão por 31 anos. A empresa ficará responsável pela retomada e conclusão da obra, paralisada desde 2018, e o projeto está orçado em R$ 3,4 bilhões. As obras devem ser concluídas no segundo semestre de 2026, e a ideia é que o sistema de cobrança de pedágio por quilômetro rodado funcione a partir da inauguração.
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