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Mercado reage à fala de Campos Neto no Senado e oscilações no exterior: Dólar sobe para R$5,06 e Ibovespa cai

Nesta terça-feira, o dólar à vista subiu em relação ao real, após duas sessões em queda. Essa alta foi influenciada pelo pessimismo dos investidores no exterior, onde a moeda norte-americana também avançava ante outras divisas. Além disso, a divulgação de alguns balanços corporativos ruins e de dados econômicos fracos nos EUA deram o tom dos negócios, com investidores buscando ativos mais seguros, como o dólar, em detrimento de outras moedas.

No Brasil, os participantes do mercado também acompanharam com atenção as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Para alguns analistas, a pressão dos parlamentares para que o BC corte juros acabou ajudando a sustentar o dólar.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0638 na venda, em alta de 0,47%. Já o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subiu 0,54%, a 5,0675 reais na B3.

O Ibovespa encerrou em queda nesta terça-feira, novamente pressionado por Vale e diante de um cenário de maior aversão ao risco em Wall Street. A Vale e a Gerdau foram as principais influências negativas ao índice, enquanto Bradesco e Itaú Unibanco ficaram na ponta oposta, em dia positivo para bancos após balanço do Santander Brasil. O Ibovespa caiu 0,81%, a 103.106,77 pontos segundo dados preliminares, com um volume financeiro de R$ 18,7 bilhões.

Nos EUA, o setor bancário foi um dos destaques negativos, e o Conference Board dos EUA informou que seu índice de confiança do consumidor caiu para 101,3 em abril, de 104,0 em março. Economistas consultados pela Reuters esperavam que o indicador permanecesse em 104,0.

Para alguns especialistas, a pressão para que o Banco Central reduza os juros gera ruídos no mercado e contribui para que o dólar à vista se mantenha em alta ante o real. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que cortar juros “na canetada” geraria mais inflação no Brasil, impulsionando o dólar. Além disso, afirmou que há um “trabalho grande” a se fazer para reverter as expectativas de inflação.

Apesar das declarações de Campos Neto ao Senado serem repetitivas, os investidores inevitavelmente querem ouvi-lo sobre inflação, juros e câmbio. Em alguns momentos do dia, isso deixou os negócios mais engessados que o habitual. O diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo, comentou que “a alta global do dólar é pelo receio com uma recessão nos EUA”.

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