Há três anos, durante a campanha presidencial de 2020 contra Donald Trump, o democrata Joe Biden afirmou que seria uma “ponte” para uma nova geração de líderes. Recentemente, em 25 de abril de 2023, Biden lançou, de forma discreta, sua campanha para reeleição à Casa Branca em 2024 por meio de um vídeo nas redes sociais, marcando quatro anos do início de sua última campanha presidencial. Ele se tornou o presidente mais velho da história dos Estados Unidos, e, caso vença as eleições novamente, deixará o cargo com 86 anos. Ainda assim, a depender dos arranjos do Partido Republicano, ele pode repetir a eleição de 2020, com Donald Trump como seu adversário.
Seu principal objetivo é conquistar o eleitorado anti-Trump, como deixou claro no vídeo de sua candidatura, que mostra a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por apoiadores do ex-presidente contra o resultado das eleições. Em seu discurso, ele disse: “Ao redor do país, extremistas do Maga [“Make America Great Again”, lema de Trump que virou nome de seu movimento político] estão se aliando para tomar suas liberdades fundamentais cortando a seguridade social pela qual você pagou por toda a sua vida, enquanto cortam impostos para os muito ricos, ditando as decisões de saúde que as mulheres podem tomar, proibindo livros e dizendo às pessoas quem elas podem amar. Tudo enquanto tornam mais difícil que você vote.” Ele repetiu ainda que é “uma batalha pela alma da América”.
Em relação à eleição, sua vice-presidente, Kamala Harris, também comporá a chapa de reeleição. Em evento no Sindicato da Construção Civil da América do Norte nesta terça, Biden foi recebido aos gritos de “mais quatro anos” e afirmou que a economia do país está andando, mas ainda há muito a fazer.
Apesar de suas intenções, uma pesquisa do canal NBC divulgada no domingo (24) apontou que 70% não querem que Biden concorra novamente, sendo que 48% deles citaram a idade avançada do presidente como principal motivo. Por outro lado, 60% dos eleitores também não querem que Trump concorra.
Biden tem mostrado boas conquistas políticas, como a aprovação do projeto bilionário Build Back Better para infraestrutura, o que foi considerado um novo “New Deal” para a reconstrução pós Crise de 1929, além de um outro pacote bilionário para incentivo à energia limpa e combate às mudanças climáticas. Em meio a tudo isso, Biden ainda teve uma das melhores performances nas eleições de meio de mandato de democratas em décadas, após conseguir manter o Senado e evitar uma perda maior na Câmara no pleito legislativo do ano passado.
Por outro lado, o presidente enfrenta desafios, como o estado da economia do país, com a inflação atingindo um recorde de 9,1% no ano passado e temores de recessão. Ainda, a aposta de Biden na Guerra da Ucrânia, com mais de US$ 113 bilhões aprovados pelo Congresso em ajuda a Kiev.
Apesar disso, a idade avançada é um ponto de preocupação para muitos eleitores, especialmente aqueles que estão preocupados com a saúde e a estabilidade do país. O fato de Biden ter 80 anos de idade, torna-o um dos presidentes mais velhos da história dos EUA, e essa idade avançada pode ser vista como um risco para sua saúde e sua capacidade de liderar o país. Além disso, muitos eleitores podem sentir que é hora de uma mudança na liderança do país, especialmente após quatro anos de Trump e as consequências da pandemia de COVID-19.
De qualquer forma, a candidatura de Biden ainda é uma possibilidade real, e sua campanha de reeleição já começou. Ele terá que enfrentar muitos desafios nos próximos anos, incluindo a pandemia de COVID-19, a economia em dificuldades e a luta contra a mudança climática. Mas, se ele conseguir superar esses obstáculos e convencer os eleitores de que ele é a escolha certa para liderar o país, pode muito bem ser reeleito para mais um mandato como presidente dos EUA.